Renovação de subvenção para empresa de ônibus gera polêmica em Registro-SP
- Sandra Kennedy Viana
- 27 de jun. de 2023
- 4 min de leitura
Aprovada Lei que autorizou a renovação de subvenção da Prefeitura para a empresa de ônibus sem garantias das melhorias que serão implantadas.

Resumo:
Renovação de subvenção gera polêmica em Registro-SP devido à falta de garantias sobre melhorias no transporte público.
Projeto de Lei não inclui metas específicas para empresa de ônibus, levantando debates acalorados durante votação.
Maioria dos vereadores aprova subvenção sem plano de trabalho definido, gerando frustração entre os cidadãos.
Discussões intensas sobre transporte público em Registro focam nas necessidades dos estudantes e na falta de adequações nas linhas.
Compromissos assumidos pela Prefeitura são considerados insuficientes frente às demandas da população.
Recentemente, no dia 26/06/2023, foi votada Lei que renova a autorização para Prefeitura repassar 350 mil reais por mês de subvenção para a empresa de ônibus, depois de um longo debate e com a presença de moradores e de estudantes da UNESP.
O foco do debate foi sobre quais as melhorias que a empresa de ônibus será obrigada a fazer recebendo este recurso.
O Projeto de Lei N. 2.073 de 14 de junho de 2023, apresentado pela Prefeitura, não consta Plano de Metas com compromissos que a empresa deverá cumprir.
Por outro lado, a vereadora Sandra Kennedy e o vereador José Lopes apresentaram uma emenda ao Projeto aprovando a pagamento somente até 25 de setembro para que, a partir desta data, a Prefeitura apresente um novo Projeto de Lei com metas como parte integrante da Lei.
A vereadora Sandra Kennedy declarou
“subvenção é necessário hoje, mas aprovar sem definir obrigações é dar cheque em branco! Porque, os colegas que aprovaram disseram que irão cobrar as melhorias prometidas pelo Diretor de Transito, verbalmente, o fato é que não se sabe que compromissos são estes. Um colega disse que o compromisso é o Plano de Trabalho anexo a contrato de concessão (que é amplo e também não atende as especificidades das escolas), outros vereadores disseram que será cobrado o que foi dito na mídia e em oficio enviado a nossa Comissão (que se limitam a poucas melhorias e só com parte da área rural, além da promessa de ouvir as instituições de ensino)”.
O vereador José Lopes justificou a apresentação da emenda pelo fato de já estar cobrando há muito tempo as linhas da área rural como Chá Ribeira, Bamburral, São Domingos e a Prefeitura já ter dito serem inviáveis economicamente. “O que garante que agora será cumprido”, disse o vereador.
No entanto, a emenda dos dois vereadores não foi aprovada e o transporte público em Registro corre o risco de ficar como está: de costas para as necessidades do povo.
Votaram a favor da subvenção sem plano de trabalho anexo à Lei e sem clareza sequer dos compromissos verbais assumidos pelo Executivo, 10 dos 12 vereadores presentes na sessão.
“Lamento por esta votação, mas comemoramos os avanços na área rural e a obrigação que impusemos a Prefeitura de ouvir as instituições de ensino. Conseguimos colocar o tema na pauta do governo. Seguiremos cobrando e representando o interesse da população”
disse a vereadora Sandra Kennedy após a votação.
O debate dobre o transporte público tomou conta de Registro no mês de junho.
Os moradores dos bairros participaram fortemente da audiência pública organizada pela Câmara Municipal no dia 6/6 trazendo os problemas da área urbana e rural e da falta de transporte para os estudantes do Instituto Federal, SENAI, UNESP, SENAC e UNISEP, tema que ganhou destaque porque era um problema pouco conhecido da população de Registro.
Esta mobilização em torno do tema levou a Prefeitura assumir dois compromissos importantes, mas muito longe de atender aos problemas da população: retomar os horários de domingo de três linhas da área rural (Capinzal/Indaiatuba, Votupoca/Bulha, Peropava/Guaviruva) e de ouvir as sugestões das escolas.
O relatório da audiência pública
A Comissão Permanente de Obras e Serviços Municipais, composta pelos vereadores: Gerson Teixeira, Vander Lopes e Sandra Kennedy apresentou um relatório detalhado dos problemas e sugestões apresentadas pelos participantes:
ÁREA URBANA:
Poucos horários na área urbana levando as pessoas as esperarem muito tempo entre um horário e outro;
Superlotação nos horários de pico;
Falta de horários suficientes aos domingos e feriados;
Não há conciliação de horários que garanta integração com bilhete único;
Não há divulgação sobre o sistema de integração
ÁREA RURAL:
Falta de horários suficientes aos sábados;
Sem nenhum horário aos domingos;
Horários do final de 17h sentido bairro, não contemplam os trabalhadores do comércio;
Linha Indaiatuba/Cheia Grande operada conjuntamente com a linha Capinzal traz transtorno com o longo percurso e superlotação;
Bairros deixaram de ter linha implantada como Chá Ribeira, Bamburral e Ribeirão Branco das Palmeiras
ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS E CURSOS TÉCNICOS:
Horários incompatíveis com horário de entrada e saída dos alunos do Instituto Federal, SENAI, SENAC, ETEC, UNESP e UNISEPE levam alunos a perderem horários na entrada e na saída;
Não há conciliação de horários que permita integração de todas as linhas para o Polo de Educação do Agrochá o que leva a mais custos aos alunos.
Ausência de passe escolar para atividades de pesquisa, estágio etc
Ausência de passe escolar para cursos de curta duração (inclusive hoje a maioria são cursos do SENAI e SENAC são ofertados com gratuidade, mas não tem ampla adesão em função do custo do transporte).
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